Rio Montreux Jazz Festival reúne Macy Gray, Toquinho e Milton Nascimento e acaba em ritmo de funk

O funk deu o tom para encerrar a segunda edição do Rio Montreux Jazz Festival, neste domingo (25). A Funk Orquestra fez uma apresentação instrumental com o típico ritmo carioca no palco montado na piscina do hotel Fairmont, em Copacabana (zona sul do Rio de Janeiro). Com um repertório que percorria 30 anos de história do funk, incluindo Anitta, Claudinho & Buchecha, MC Sapão, Mr. Catra e Valesca Popozuda, os músicos receberam dançarinos no palco para animar os hóspedes que viam a apresentação de suas varandas.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, a organização montou uma estrutura adaptada para não receber público e fazer a transmissão virtual, nos formatos das lives, que ganharam força nos últimos meses.

Foram em torno de 22 horas de música, divididas em 23 apresentações, que reuniram mais de 250 músicos, contabiliza a produção.

O lineup contou com nomes de peso, como a americana Macy Gray, que gravou o show nos Estados Unidos para fechar a primeira noite de evento. Milton Nascimento, direto de sua casa em Juiz de Fora (MG), recebeu Maria Gadú e Samuel Rosa, além de fazer uma transição com o grupo americano gospel Sing Harlem. A apresentação foi gravada e transmitida na noite deste domingo (25).

“Isso é icônico. Ninguém nunca imaginou assistir  a isso. Um show para ficar eternizado na memória de todos. São apostas que ficam para a vida, encontros que dão tão certo que parecem que sempre existiram, mas que na verdade foram criados aqui”, celebra Marco Mazzola, idealizador do festival e que há tempos queria homenagear Bituca. O show foi pensado para comemorar o aniversário do artista, que completa 78 anos nesta segunda-feira (26).

Toquinho e Yamandu Costa dividiram o palco no último dia de evento no hotel da capital fluminense. O encontro foi instrumental e levou ao público sucessos da MPB como “Asa Branca” e “Samba em Prelúdio”.

Já o mestre João Donato brilhou na primeira noite de festival, com uma mistura de bossa nova, jazz e salsa.

No sábado (24), o show Luas criado pelas pianistas Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco e a percussionista Lan Lanh, destilou potência. O brasileiro Diego Figueredo e o americano Stanley Jordan subiram ao palco para mostrar a apresentação de turnê que esgotou ingressos nos Estados Unidos e Europa.

O trompetista americano Christian Scott aTunde Adjuah foi escalado para fechar o segundo dia.

Para 2021, a produtora do evento avalia um formato híbrido, mesclando shows com público e transmissão online.

“O brasileiro tem esta capacidade de se reinventar, mesmo com todas as adversidades. E o melhor de tudo é que nos comprometemos e entregamos da melhor forma possível. Sempre surpreendemos positivamente e isso é maravilhoso.  Uma reinvenção que entra para a história e que estamos avaliando se permanecerá. Entregamos uma qualidade tamanha que fica difícil imaginar uma edição apenas presencial do Rio Montreux Jazz Festival”, afirma Mazzola.

O tradicional festival, criado em Montreux (Suíça) em 1967, teve sua primeira edição na América Latina, em junho do ano passado na capital fluminense.

O lineup contou com Corinne Bailey Rae, o baixista Stanley Clarke, o guitarrista Steve Vai, Hermeto Pascoal, Yamandu Costa, Zeca Baleiro, Frejat, Andreas Kisser e o Quarteto Tom Jobim com Maria Rita.

Em seus mais de 50 anos de história, o evento suíço já reuniu atrações como Ray Charles, Nina Simone, Stevie Wonder, David Bowie, Adele e Phil Collins.

Artistas brasileiros também já passaram pelos palcos europeus. São os casos de Chico Buarque, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Seu Jorge, entre outros.