Afropunk define datas e local para primeira edição no Brasil
O Afropunk, um dos principais eventos de cultura negra do mundo, já tem datas e local definidos para a primeira edição no Brasil: 28 e 29 de novembro de 2020, no Centro de Convenções de Salvador. As atrações ainda não foram divulgadas, mas o objetivo é ter dois nomes grandes e estrangeiros como headliners.
A expectativa é de receber um público de até 20 mil pessoas em cada um dos dois dias do Carnaval da Consciência na capital baiana. Esse foi o mote definido após uma visita de Matthew Morgan ao estado. “No ano passado, o Carnaval na Bahia me inspirou e mudou minha vida”, diz o fundador do festival.
Ele organizou a primeira edição do festival em 2005, em Nova York. O Brasil será o quinto país a receber o Afropunk, que já é realizado, além de Nova York e Atlanta (Estados Unidos), em Paris (França), Londres (Inglaterra), Joanesburgo (África do Sul).
“Minha primeira pergunta antes de começar a vir para o Brasil foi ‘Onde estão todos os negros?’. Me disseram Bahia. Então minha reação foi ‘é para onde estamos indo’”, disse Morgan em entrevista ao Lineup.
Segundo ele, houve um aviso de que a capital baiana não tinha infraestrutura nem dinheiro e que ele deveria ir a São Paulo, mas isso não o intimidou. “É óbvio para quem me conhece que o mais importante para o Afropunk é servir a nossa comunidade”, diz o fundador, nascido na Inglaterra, mas atualmente morador de Nova York.
A ideia da organização também é ter encontros, painéis, concursos de bandas e shows de março a novembro em Salvador, São Paulo e no Rio, sempre dando mais atenção a pessoas negras.
Como aquecimento, em parceria com a Feira Preta, houve o festival Black to the Future, na terça (19) e nesta quarta (20), Dia da Consciência Negra. Entre os artistas que se apresentaram na Audio (zona oeste de São Paulo) estiveram como BaianaSystem, Karol Conka, Rincon Sapiência, Baco Exu do Blues e o Aya Bass, projeto composto pelas cantoras Xenia França, Luedji Luna e Larissa Luz.
Os músicos estavam empolgados com os shows desta semana e com a vinda do Afropunk em 2020. “A comunidade preta, principalmente aqui do Brasil, sempre teve esse desejo de comparecer em qualquer lugar que aconteça o Afropunk”, diz o rapper paulistano Rincon Sapiência.
“A cultura preta tem uma abrangência enorme de música, moda, comportamento. Fomentarmos isso por meio de um festival com diversas atrações se torna muito especial”, afirma ele.
Xenia França destaca a seleção do lineup para a festa na capital paulista. “Muito massa esse esquenta com artistas da nova cena brasileira, que são tão significativos e que vêm promovendo a atualização do discurso e da estética na cultura nesse momento.”
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