Skank promove revival de hits dos primeiros discos em São Paulo

GUSTAVO DE OLIVEIRA ANTÔNIO*

Em um dia de final de Campeonato Brasileiro entre São Paulo e Bragantino, em 1991, o Skank fez seu primeiro show em São Paulo para 35 pagantes no Aeroanta, na avenida Brigadeiro Faria Lima (zona oeste), hoje onde funciona o bar Z Carniceria.
Passados quase 30 anos, o fato foi lembrado aos risos pelo vocalista da banda, Samuel Rosa, desta vez diante de uma plateia de cerca de 8.000 pessoas no Espaço das Américas, também na capital paulista, na noite de sábado (21). Na ocasião, o grupo mineiro realizou mais uma apresentação da turnê Os Três Primeiros.

Como sugere o nome, o show propõe uma viagem pelas músicas dos álbuns “Skank” (de 1992 e relançado em 1993), “Calango” (1994) e “O Samba Poconé” (1996), mas não deixa de lado hits de outros trabalhos da banda. O que foi suficiente para o delírio do público em sua maioria formado por uma faixa etária acima dos 30 anos.

A abertura da noite coube à banda Daparte, que tem entre seus integrantes Juliano Alvarenga, filho de Samuel Rosa, e apresenta um som com influências de MPB e rock dos anos 1970 e 1990. Por volta das 23h20, o quarteto formado por Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti subiu ao palco e tocou os primeiros acordes de “Réu e Rei”, do álbum de estreia do Skank.

Mas foi com a segunda música, a balada Tanto (versão de “I Want You”, de Bob Dylan), do mesmo álbum, que o público começou a se empolgar. Antes de tocar a faixa “Indignação”, Samuel Rosa falou com a plateia pela primeira vez, lembrando que havia escrito a música no começo dos anos 1990, mas que a situação do país não havia melhorado muito desde então.

Por sinal, em seguida os músicos mineiros apresentaram outras canções com letras abordando temas sociopolíticos, forte característica de seus primeiros trabalhos —além de “Indignação”, isso fica expresso em músicas como “Baixada News”, “A Cerca”, “Pacato Cidadão”, “Sem Terra” e “Esmola”, cujos versos “Se o país não for pra cada um, pode estar certo não vai ser nenhum” foram cantados com destaque na noite de sábado.

Hits como “Te Ver” e “O Beijo e a Reza” (do álbum “Calango”) e “Garota Nacional” e “Tão Seu” (de “O Samba Poconé”) foram alguns dos pontos altos da noite no quesito empolgação do público.

O público presente nos Espaço das Américas ainda pôde desfrutar de sucessos de outros discos do Skank, como “Acima do sol”, “Três lados”, “Vou deixar”, “Vamos fugir” e “Algo parecido” (música inédita lançada no álbum “Os três primeiros”).

Foi recordando músicas de outros discos que, no momento do bis, Samuel Rosa assumiu o violão para versões acústicas de canções como “Resposta”, “Dois Rios”, “Ainda Gosto Dela” e “Ali”. Retomou a guitarra para fechar o show com “Canção Noturna” e “Saideira”, demonstrando que, ao longo do tempo, o Skank aprimorou a capacidade de interagir com o público e realizar um bom espetáculo de entretenimento.

*Colaboração para o Lineup

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