Marcelo Falcão mostra álbum solo em SP, canta O Rappa e segura público
Lívia Marra*
Marcelo Falcão subiu ao palco por volta da 0h40 deste sábado (24) para mostrar no Espaço das Américas (zona oeste de São Paulo) seu álbum solo, um ano e quatro meses após a última apresentação de O Rappa no estado.
Com a energia característica e músicas aceleradas, apesar da pegada mais reggae do álbum, ele segurou o público durante quase duas horas intercalando canções de “Viver” e outras dez da época da banda.
Não decepcionou. O show começou —e terminou— com “Quando Você Olhar pra Mim”. O single “Ladrões”, que fala de poder e corrupção, despertou protestos do público contra o presidente, sob gritos de “hey, Bolsonaro, vai tomar no c*”.
Falcão se posicionou alguns segundos depois e disse que a voz do povo é a voz de Deus. “A voz de Deus totalmente. Eu, particularmente, por não fechar com nenhum deles, nunca vou dar mole. Mas que eu concordo com o que vocês estão cantando, totalmente.”
Entre as canções para relembrar O Rappa, que suspendeu as atividades em abril do ano passado, foram apresentadas “Lado B Lado A”, “O Salto”, “Vapor Barato” e “Reza Vela”.
“Eu devo tudo ao Rappa”, disse Falcão em meio a um agradecimento, antes de “Auto-Reverse”, a primeira para matar a saudade.
Com imagem indissociável à trajetória da banda, o cantor voltou a falar do grupo durante o show, e afirmou que “O Rappa é incomparável”.
Saudosistas podem usar Falcão solo para tentar suprir a falta da banda. Mas, na linha vida que segue, o cantor mostra ao vivo que mantém energia e presença de palco para não desapontar o fã, ao lado de músicos competentes.