Banda de MG vence concurso, viaja pela 1ª vez de avião e toca em festival com Cure e Smashing Pumpkins

Foi a primeira vez que os amigos mineiros Dudu, 28, Vinicius, 28, e Balut, 27, viajaram de avião. Na terça (9), eles saíram de Juiz de Fora, foram ao Rio de Janeiro de van e levaram 11 horas para chegar a uma escala em Paris e depois quase três horas em um voo para chegar a Lisboa, em 10 de julho. O trio foi com destino à 13ª edição do festival NOS Alive, um dos maiores do país, realizado em Oeiras de 11 a 13 de julho neste ano.

Mas eles não foram como simples espectadores. Desde 2011, eles formam a banda Etc (lê-se et cetera) e foram selecionados para tocar no evento em um concurso com mais de 1.800 grupos no Brasil. A quarta edição da disputa EDP Live Bands, organizada pela empresa portuguesa de energia EDP em parceria com a Sony, teve fases de votação popular e final com júri.

O baixista Vinicius conta que em outros anos não conseguiram se inscrever, mas nesta edição estavam engajados e fizeram até uma campanha para pedir apoio. “Fomos a banda mais votada do Brasil e fomos direto para a final. Oito bandas se apresentaram, eram muito boas”, relembra.

O ETC abriu a programação no palco Sagres na sexta (12). Foi um pocket show de quase 30 minutos com músicas autorais como “Jogo Embolado”, “Beleza Artificial” e “Molhada de Mar”, além de uma versão de “Garota de Ipanema”.

Baterista Balut, da banda mineira ETC, no festival NOS Alive, em Portugal (Divulgação)
Baterista Balut, da banda mineira ETC, no festival NOS Alive, em Portugal (Divulgação)

Pelo mesmo espaço ainda passaram grandes nomes como o vocalista do Radiohead Thom Yorke e o ex-guitarrista dos Smiths Johnny Marr. “Foi muito gratificante. Quando chegamos a Lisboa tivemos a noção do que é o festival, o profissionalismo, muito bem organizado. Vivemos isso tudo, vamos absorver muito dessa vivência”, diz o vocalista Dudu.

O lineup deste NOS Alive ainda levou The Cure, Smashing Pumpkins, Vampire Weekend, Gossip, Bon Iver e o único brasileiro além do ETC, o rapper Emicida. “Foi muito bom o show dele. Somos fãs. Ele conseguiu prender a atenção dos gringos”, diz Dudu.

O nome da banda mineira, explicam, tem o objetivo de representar a diversidade. “É isso o que a gente tenta trazer para o nosso som. A gente tem essa caraterística de trazer a canção mais popular com um viés melódico, nas letras, e passeando nos ritmos, samba, reggae, MPB…”, afirma Dudu.

Entre os mestres que os influenciam estão nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto. “Apesar de beber de diversas influências, o Brasil é o que a gente quer levar na nossa sonoridade”, ressalta o vocalista.

Nacionalmente falando, o ETC já teve a oportunidade de tocar no mesmo palco em que O Rappa, Skank, Natiruts, Nando Reis, Paralamas do Sucesso, Criolo e o rapper Rael, por exemplo. “São artistas que nos inspiram muito por trazer originalidade associada à brasilidade”, conta Dudu.

Agora o vocalista Dudu, o baixista Vinicius e o baterista Balut devem ficar mais 20 dias em Portugal, mas já em fase de pré-produção do terceiro álbum da carreira, que também faz parte do prêmio do concurso e vai ser lançado pela Sony. Eles já têm na discografia “Céu Grande” (2014), e “Sintonia” (2018).

“A gente está definindo as canções que serão gravadas. Vamos ficar mais uns 20 dias em Portugal e espero que isso seja bastante inspirador para essa produção”, explica o vocalista.

*O jornalista viajou a convite da EDP Brasil



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