João Rock fortalece cena com rock, rap, reggae e MPB sem se render ao sertanejo

O João Rock chegou à 18ª edição no último sábado (15) em Ribeirão Preto (SP). O nome do festival já pode indicar qual o carro-chefe do evento: o rock, claro, uma essência que sempre será mantida, diz Marcelo Rocci, um dos organizadores.

Outros ritmos acompanham o gênero principal: o rap, o reggae e a MPB. “O rap vem crescendo e tem total sinergia com o rock, assim como o reggae. Agradam a essas tribos”, afirma.

E a fórmula parece funcionar bem. Assim como no último ano, os ingressos se esgotaram dias antes do festival. Foram 65 mil tíquetes vendidos antecipadamente, 5 mil a mais do que em 2018. “Essa mistura de rock, reggae, hip-hop e aquilo que a gente chama de boa música, muito ligado à MPB, vai sempre acompanhar o lineup do João Rock”.

Em 2019, grandes nomes do rock nacional como Paralamas do Sucesso, Raimundos, Pitty, CPM 22, Plebe Rude e Capital Inicial dividiram espaço na programação com figuras do rap como Marcelo D2, Emicida, Mano Brown e os jovens Djonga e BK. Natiruts foi um representante do reggae. Alceu Valença e Zeca Baleiro deram a pitada de MPB ao dia de festa.

O sertanejo é um dos gêneros mais ouvidos no Brasil e ganha ainda mais força no interior. Mesmo assim, a organização não se rende ao ritmo que tem expoentes atuais como Luan Santana, Gusttavo Lima, Jorge & Matheus, Simone & Simaria e Felipe Araújo.

“Ritmos como sertanejo e funk desplugam do público do festival. Nós respeitamos, mas entendemos que pro João Rock, não”, afirma Rocci.

Badauí, vocalista do CPM 22, em show do João Rock 2019, em Ribeirão Preto (SP) (Denilson Santos - 15.jun.2019/Divulgação)
Badauí, vocalista do CPM 22, em show do João Rock 2019, em Ribeirão Preto (SP) (Denilson Santos – 15.jun.2019/Divulgação)

Os roqueiros elogiam a atitude dos organizadores. “É um evento que chama as bandas independentemente do momento que elas estejam vivendo”, diz Badauí, vocalista do CPM 22, que esteve na primeira edição em 2002 e já perdeu a conta de quantas vezes tocou no João Rock.

“Esse é um exemplo para outros festivais. O rock tem o poder de lotar festivais”, afirma Canisso, baixista do Raimundos. “É só você observar, o primeiro dia que os ingressos acabaram no Rock in Rio é o dia de rock. Para ele, o sertanejo vem se fortalecendo graças aos altos investimentos que são feitos em artistas do gênero.

Outros grandes festivais muitas vezes são criticados na internet por mesclar atrações que não têm grande relação. É o caso do Rock in Rio. O evento aposta em nomes dos mais diversos, que passam pelo pop, funk e até axé. Neste ano, por exemplo, na programação estão Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers, Iron Maiden, Pink, Anitta e Ivete Sangalo.

 



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