Lana Del Rey é criticada por show em Israel e diz que não é apoio político
A cantora americana Lana Del Rey será um dos destaques da primeira edição do Meteor Festival, realizado de 6 a 8 de setembro em Israel.
Após a artista aceitar o convite para se apresentar no evento, muitas pessoas pediram que ela cancelasse sua ida para demonstrar apoio aos palestinos.
Em comunicado no Twitter, ela se justificou. Lana tentou ressaltar que não se trata de uma decisão de apoio político, assim como “tocar na Califórnia não significa que as minhas opiniões estejam alinhadas com as do meu atual governo.”
“Entendo que muitos de vocês estejam chateados com isso. Acredito que a música é universal e deveria ser usada para nos aproximar uns dos outros”, disse.
“Aceitamos fazer esse show para os jovens de lá, e o plano é que seja feito com uma energia calorosa e ênfase na paz”, continuou.
“Se não concordam com isso, eu entendo… Nem sempre concordamos com as políticas dos lugares onde tocamos, mesmo no nosso próprio país, mas somos músicos que dedicamos nossas vidas para estar na estrada”.
Além de Lana Del Rey, o Meteor Festival tem na programação nomes como o saxofonista americano Kamasi Washington, o rapper A$AP Ferg, a DJ russa Nina Kraviz e o duo belga Soulwax, entre outros.
SHOWS CANCELADOS
Na web, parte do público fez apelos a Lana Del Rey. “Como Lorde, mostre seu apoio aos pobres palestinos e mostre que desaprova o governo israelense não se apresentando lá”, disse um internauta fazendo referência à cantora neozelandesa que desmarcou uma apresentação que faria em junho deste ano.
“Recebi um número enorme de mensagens e cartas e tive muitas conversas com pessoas com diversos pontos de vista, e acho que a decisão correta neste momento é cancelar o show”, afirmou Lorde em comunicado à época.
Outros usuários tentaram defender Lana: “O fato de ela se apresentar em algum lugar não significa que ela apoia o governo local. Ou vocês acham que se ela tiver uma turnê nos EUA ela também apoia a separação de bebês e seus pais na fronteira”, afirmou um internauta.
Em maio, Gilberto Gil também cancelou um show que faria em julho em Israel ao considerar que o país passava por um “momento sensível”. A decisão ocorreu menos após o Exército matar cerca de 60 palestinos em um protesto na faixa de Gaza.
Em entrevista à Folha, o produtor do show Daniel Ring afirmou que a seletividade do boicote é incoerente. “Se fosse assim, teria de boicotar também o Brasil, pela situação política e de desrespeito aos direitos humanos. Teria de boicotar os EUA, a Venezuela, Cuba.”
O baiano já havia sido criticado em 2015 por manter uma apresentação em Israel com Caetano Veloso para comemorar os 50 anos de carreira dos dois. Na ocasião, artistas como o ex-Pink Floyd Roger Waters fizeram apelo para que desmarcassem o evento.
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