Odeio área VIP na frente do palco, diz vocalista do Franz Ferdinand
No último fim de semana, dois grandes nomes reacenderam uma polêmica em grandes shows e festivais. Após apresentação no festival Mad Cool, na capital espanhola Madri, o vocalista do Franz Ferdinand, Alex Kapranos, se manifestou nas redes sociais sobre os espaços VIP próximos ao palco.
“Eu amei o Mad Cool, mas realmente odeio áreas VIP na frente do palco. Esse tipo de P. [person] que se considera V.I. [very important] tende a fazer mais selfies e não se importar tanto pela banda”, afirmou Kapranos em seu Twitter após show no dia 13 de julho.
“Não estou dizendo que não há lugar para eles. Há. É no fundo”, completou.
Os ingressos da área VIP para um dia de festival custavam 175 euros (R$ 785 ), quase 100 euros (R$ 450) mais do que os 85 euros (R$ 380) cobrados pela entrada normal. De acordo com a organização, foram cerca de 240 mil ingressos vendidos.
No mesmo festival, mas no dia 14, também tocou o grupo americano Queens of the Stone Age.
E o vocalista Josh Homme também se mostrou insatisfeito com a “zona de privilégios”. Ele parou a apresentação no meio de uma das principais músicas —”No One Knows”— para pedir aos seguranças deixar as pessoas passarem para a área VIP.
“Eu não vou tocar até que essas pessoas passem a barreira e venham aqui perto”, disse Homme no palco. “Deixe eles passarem”, gritava em coro com a plateia.
Após alguns instantes explicou a razão para seus atos. “Estou cansado de que todos digam o que têm de fazer. Estou farto de que todos se ofendam. Viajamos milhas e milhas para tocar na festa de vocês, para dar uma noite inesquecível… E não iremos embora até que estejam se divertindo, dançando, beijando e tendo a melhor noite de suas vidas. Caso contrário, serão um grupo de animais domesticados.”
O festival realizado de 12 a 14 de julho ainda recebeu nomes como Pearl Jam, Depeche Mode, Jack White, Jack Johnson, Portugal. The Man e Snow Patrol.
A organização do Mad Cool não respondeu ao pedido de entrevista.
De acordo com a produtora Live Nation, que adotou a prática há alguns anos, os pacotes VIP se organizam em comum acordo e com a aprovação do artista. “Muitas vezes, são os próprios artistas que comercializam”, Roberto Grima, presidente de Live Nation e head promoter na Espanha.
Além dos preços elevados, uma das principais críticas à prática é o distanciamento que gera entre boa parte dos fãs e o palco. O público que compra as entradas normais acabam não tendo ideia do quão longe ficarão de seus ídolos.
“A porcentagem varia em função da demanda e do tamanho do recinto. Geralmente está entre 10% e 15% da capacidade”, afirma Grima.
Ele explica que alguns pacotes são mais simples, que oferecem acesso prévio ao local dos shows ou assento reservado, e outros mais completos que dispõem de comida e bebida.
Os mais sofisticados, segundo Grima, ainda incluem visita ao backstage e encontro com a atração.
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